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A segunda edição do festival SWU Music & Arts Festival encerrou-se em 14/11/11, na cidade de Paulínia/SP, depois de três dias de música e de debates sobre sustentabilidade.
Veja abaixo, alguns dados do evento divulgados pela organização do festival, onde consta um balanço deste ano e algumas mudanças para o ano que vem. Após ler as informações, confira uma análise da equipe Reduto do Rock.
2011
O II Fórum Global de Sustentabilidade SWU reuniu nestes três dias 29 palestrantes nacionais e internacionais. Entre eles estiveram presentes os músicos Neil Young e Bob Geldof, a atriz Daryl Hannah, a Nobel da Paz Rigoberta Menchú e a ex-ministra Marina Silva. Com transmissão ao vivo pela SWU TV, o fórum foi visto por mais de 1,5 milhão de pessoas e cerca de 3 mil pessoas passaram pelo Theatro Municipal de Paulínia, onde ocorreram os debates.
O SWU teve 73 atrações musicais, que se apresentaram em três palcos e numa tenda eletrônica. Entre os destaques, Peter Gabriel, The Black Eyed Peas, Kanye West, Snoop Dogg, Duran Duran, Chris Cornell, Faith No More, Alice In Chains, Lynyrd Skynyrd, Megadeth, Stone Temple Pilots e Hole, além de atrações brasileiras como Raimundos, Ultraje a Rigor, Marcelo D2 e Zé Ramalho. Entre todas as atrações houve um cancelamento, da banda Modest Mouse, cujo equipamente não foi entregue a tempo pela transportadora contratada pela banda para a apresentação.
O festival reuniu um público de 179 mil pessoas nos três dias – 64 mil pessoas no primeiro dia, 45 mil no segundo e 70 mil pessoas no terceiro, um aumento de mais de 10% em relação ao ano passado.
Auxiliados por um efetivo de segurança que ultrapassava os 1000 homens, incluindo policiais militares, civis e segurança particular, além de um moderno sistema de vigilância eletrônica, o evento teve um número mínimo de ocorrências policiais, surpreendente para um festival deste porte, e ainda mais importante – decrescente dia a dia. Os boletins de ocorrência – quase a totalidade por furtos, foram de 78 no primeiro dia, 50 no segundo e apenas 12 no último dia.
O mesmo efeito decrescente foi verificado nos registros de atendimentos médicos: 600 no primeiro dia, quando a cidade registrou temperaturas acima dos 30º; 192 no segundo dia e apenas 120 no último dia.
No sábado, primeiro dia do evento, houve um atraso de uma hora na abertura dos portões, em função de trabalhos de inspeção da PM dentro da Arena. Nos outros dias, os portões foram abertos no horário estipulado.
O acesso ao festival foi tranqüilo e organizado durante todo o evento. Não foram registrados acidentes nas rodovias no entorno da arena e as retenções máximas chegaram a 300 metros.
A expectativa da organização é reciclar 100% do lixo recolhido na arena do festival.
Primeiro festival camping do país, o SWU se tornou referência ao ser o primeiro festival do mundo a oferecer água quente e banho completo aos campistas.
2012
A área de estacionamento, que registrou problemas no último dia do festival devido ao excesso de chuvas, terá estudada uma melhor reestruturação para a próxima edição. Três guinchos, tratores e 1 bobcat foram deslocados pela organização do festival para solucionar os problemas no local na noite de segunda-feira (14/11).
Eduardo Fischer, idealizador do evento e presidente do Grupo Totalcom, disse que a preparação do SWU 2012 já começou, no dia 16 de novembro. Ele confirmou que a terceira edição do festival acontecerá novamente em Paulínia, mas não mais em novembro, e sim em setembro ou outubro.
Atualização em 11/04/12:
O SWU ainda não sabe em qual cidade do interior paulista vai colocar sua terceira edição. O festival não será realizado de novo em Paulínia e nem voltará a Itu, local do primeiro. Em 2012, o SWU está marcado para começar no dia 16 de novembro (sexta), aproveitando o grande feriado do dia 15. Ou começar dia 15 mesmo, acabando no sábado 17. O evento deve contar com Soundgarden e At the Drive In em sua escalação. Informações via Popload.
Atualização em 16/04/12:
Jornal: Problemas em Paulínia, podem levar SWU para São Bernardo do Campo. Leia a matéria, clique aqui!
Atualização em 23/04/12:
O SWU, que deixou Paulínia/SP, pode acontecer no Anhembi (São Paulo). As informações são do blog Popload.
Análise do Reduto do Rock – SWU 2011
Pontos fortes, que devem ser mantidos
- Intervalo de apenas cinco minutos nos shows dos palcos principais, não deixando o público esfriar
- Palcos principais um de frente para o outro com uma distância correta, permitindo melhor deslocamento do público. Na edição 2010, os palcos eram um ao lado do outro.
- Acesso ao festival, muito mais tranquilo e rápido em relação a 2010 em Itú
- Acessibilidade
- Área VIP na lateral e não mais na frente dos palcos e dos fãs
- Divisão dos dias por gênero musical. Melhor que isso só se fossem três dias de Rock!
- Praça de alimentação vegetariana
- Poucas filas nos bares, praça de alimentação e banheiros masculinos
- Praças de alimentação distantes dos palcos principais, fazendo com que o público fique mais espalhado
- Área dos palcos principais asfaltadas, evitando o barro
- Opção da arquibancada coberta, onde o público pôde acompanhar as apresentações dos dois palcos maiores sem tomar chuva
Bom, mas pode melhorar
- Para quem ficou em casa e queria ver os shows, a cobertura ao vivo do Multishow (site e TV) atendeu as expectativas, faltando apenas a transmissão dos primeiros shows dos palcos principais (Energia e Consciência), em todos os dias do evento
- No festival, o som estava alto e os telões tinham ótima definição, porém não funcionaram em alguns momentos. As fortes chuvas podem ter causado as falhas.
Pontos fracos, que precisam ser analisados e melhorados
- Poucas atrações nacionais nos maiores palcos do festival
- A visão dos palcos principais eram prejudicadas por estruturas de som e transmissão do evento. O problema já tinha acontecido em 2010 e não acontece em outros festivais, como o Rock in Rio.
- Lixeiras lotadas e falta delas em vários pontos. Há também o problema da educação das pessoas que insistem em jogar lixo no chão.
- Muitas drogas proibidas que incomodam os não usuários. Problema de todos os shows pelo país.
- Falta de indicação clara nos palcos, lista dos shows e horários. Na Virada Cultural de São Paulo, por exemplo, os palcos tem os nomes e a lista de shows com seus horários em tamanho grande.
- Camisetas oficiais do evento por R$ 80. Isso é um mal de quase todos os shows pelo Brasil. Por que tão caro já que a fabricação é nacional?
- Água sendo vendida (R$ 5) aos fãs espremidos e com sede, colados na grade. Nos shows do System of a Down e Pearl Jam em São Paulo, por exemplo, copos de água eram distribuídos na grade.
- Preços altos das bebidas e comidas. E um problema, que gerou reclamação do público: a cerveja estava R$ 6 nos bares e R$ 7 nos ambulantes que circulavam pelos shows. E estes, segundo relatos, chegaram a cobrar R$ 8 na hora do show do Faith No More.
- O som da tenda eletrônica Heineken Greenspace estava muito alto e acabou incomodando em alguns momentos, mesmo longe dos palcos principais
- Acessos com iluminação insuficiente
- Não tem como fugir totalmente da lama em festival desse porte, mas é possível minimizar o problema com algumas ações, principalmente nos estacionamentos onde carros quase atolaram devido à chuva
Conclusão e agradecimento
O SWU melhorou em muitos aspectos, como foi demonstrado pela organização do festival e pelo nosso site. São importantes críticas coerentes da imprensa e do público para que o evento seja melhor a cada ano.
Não vamos discutir aqui também o por que de certas atrações não terem vindo, já que com a quantidade de shows e festivais no Brasil, fica impossível o festival trazer todos os artistas pedidos.
O Reduto do Rock agradece ao SWU pela oportunidade de fazer esta cobertura e levar para seus leitores informações importantes.
Galeria de fotos
Veja imagens oficiais do evento, clique aqui!
Por Diego Centurione
Fontes: SWU e Midiorama
Foto: Divulgação